História do Zouk


Zouk (significa festa)

Vamos começar pelo nome ZOUK, que é uma gíria de origem francesa que significa "festa" e que substituiu a música ao vivo na década de 1960 nas Antilhas Francesas.
O ZOUK é um gênero musical ORIGINÁRIO das Antilhas. Está presente em vários ritmos brasileiros e sempre teve grande influência na região norte do Brasil.

No texto a seguir será explicado o Zouk MÚSICA e o Zouk DANÇA, as suas influências e diferenças.
 
Para Quem Gosta de Lambada e Zouk
Muitos acreditam que a lambada - música e dança - sejam produtos culturais do Caribe. Também há aqueles que acreditam que lambada e zouk sejam nomes diferentes para o mesmo ritmo e dança, mas nada disso é verdadeiro. Para entender como surgiu a lambada e desfazer essa confusão é preciso saber um pouco mais, separando danças e músicas nesse caldeirão de ritmos.

Os Caribes e a Lambada
Em vez de Caribe, o mais correto seria a região chamar-se "Os Caribes", considerando que as ilhas foram dominadas por diversos povos europeus, dando características muito diferentes a cada uma delas. Os Caribes seriam quatro: o espanhol, o francês, o inglês e o holandês. Todos têm em suas culturas, em maior ou menor grau, influência dos nativos, dos colonizadores e dos africanos. Na música, isso representou uma enorme diversidade, mas com um detalhe: quase todos os países utilizam principalmente os instrumentos de cordas que vieram da Europa e a percussão africana (basicamente do
povo Yorubá).

A
MÚSICA Zouk
A música caribenha, que é também ingrediente de diversos ritmos brasileiros, sempre exerceu grande influência no norte do Brasil, em especial no Maranhão.
O zouk é uma dessas músicas. Forte onde ocorreu colonização francesa como a Martinica e Guadalupe, é cantado normalmente em creòle, uma mistura do francês com línguas africanas. Estudiosos acreditam que a sua base rítmica seja oriunda da cultura árabe. Esta mesma base é encontrada também em vários países como Espanha e Portugal, no continente africano e em praticamente toda a América.
Uma das versões sobre o surgimento da música zouk afirma que ela foi criada para divulgar a Martinica e ter, a exemplo de Cuba, influência cultural na América Latina. O resultado foi apenas parcial: conseguiram que o ritmo se espalhasse pelo mundo, mas como isso ocorreu a partir da França, em diversos lugares, inclusive no Brasil, muitos passaram a acreditar que a música seria francesa.
Conhecer mais sobre a MÚSICA Zouk 

A DANÇA Zouk
O zouk, é uma dança muito parecida com o merengue, praticada no Caribe, principalmente nas ilhas de Guadalupe e Martinica. É dançado trocando o peso basicamente nas cabeças dos tempos musicais e sua coreografia é pouco elaborada.

A
MÚSICA Lambada
Surgida no Pará, a música lambada tem base no carimbó (que na forma tradicional é marcada por tambores de tronco de árvores afinados a fogo) e na guitarrada, influenciada por vários ritmos como a cúmbia, o merengue e o zouk.
Diversos relatos de paraenses contam que uma emissora local chamava de "lambadas" as músicas mais vibrantes. O uso transformou o adjetivo em substantivo, batizando o ritmo que tem Pinduca como nome mais importante. Essa mistura do carimbó com a música metálica e eletrônica do Caribe caiu no gosto popular.
O grande sucesso, no entanto, aconteceu após a entrada de empresários franceses no negócio, que de uma só vez compraram os direitos autorais de centenas de músicas. Com uma gigantesca estrutura de marketing e bons músicos, o grupo Kaoma lançou com êxito a lambada na Europa e outros continentes. Adaptada ao ritmo, a música boliviana "Chorando se foi" tornou-se o carro chefe da novidade pelo mundo.


Seguiu-se um período intenso de composições e gravações de lambadas tanto no mercado interno quanto externo. Dezenas de grupos e diversos cantores pegaram carona no sucesso do ritmo, incrementando suas carreiras, como foi o caso de Sidney Magal, Sandy e Jr, Fafá de Belém e o grupo Balão Mágico. É uma história recorrente, onde apenas mudam os personagens: a valorização do produto brasileiro se dá somente após a vitória no exterior.
Depois dessa fase de superexposição, como acontece com quase todas as boas novas de ontem, deu-se um natural desgaste com a conseqüente queda nas vendas até o cessar da produção.


A
DANÇA Carimbó
Antes de falar sobre a dança lambada lembremos do carimbó, uma de suas raízes. Provavelmente originada na tribo indígena Tupinambá, é uma antiga dança pertencente ao folclore amazônico e ainda hoje, muito praticada. Possui há tempos clara influência espanhola e tem como principais características movimentos onde a mulher tenta cobrir o homem com a saia, o galanteio, muitos giros e rotações de cabeça.

Conhecer mais sobre o Carimbó

A
DANÇA Lambada
A dança lambada teve sua origem no norte do Brasil, a partir de uma mistura da dança carimbó com danças nordestinas e ainda algumas figuras do maxixe, como o balão apagado. Em sua primeira fase chegou até o Nordeste, mas, sem fincar raízes. Nesse período a lambada tinha como principal característica os casais bem próximos.
Em seguida, ela chega a Porto Seguro e se desenvolve. Como referências cito as casas Lambada Boca da Barra em Porto e o Jatobar em Arraial D'Ajuda - onde desde o início também as Rumbas Flamencas (então chamadas de lambadas espanholas) e os zouks (então chamados de lambadas francesas) serviram para embalar os lambadeiros.
No fim da década de 80 veio o sucesso mundial que aconteceu graças à grande promoção feita pelo Kaoma, que contava com dançarinos brasileiros em seus shows. No exterior e aqui, a lambada (dança e música) tornou-se um fenômeno de vendas e em pouco tempo passou a marcar presença em novelas (ex. abertura da Rainha da Sucata da rede Globo de 1990), filmes e praticamente todos os programas de auditório
- É a hora dos grandes concursos, shows etc. A necessidade do
espetáculo faz com que os dançarinos criem coreografias cada vez
mais ousadas, com muitos giros e acrobacias.


O Novo Estilo, a Lambada Carioca
Depois de vários anos nos topos das paradas de sucesso pelo mundo, a música lambada entrou em crise e parou de ser gravada. Os Djs das boates aproveitaram então para simular o enterro do estilo musical.
A dança perdeu destaque, mas sobreviveu, pois já haviam sido feitas nas lambaterias muitas experiências com variados estilos de música que tivessem a batida (base de marcação) que permitisse dançar lambada, só para citar um exemplo, a banda de rumba flamenca Gipsy Kings teve vendagem significativa no Brasil por conta da dança.
Então as músicas francesas, espanholas, árabes, estadunidenses, africanas, caribenhas etc, garantiram a continuidade do estilo de dança.
De todas as músicas, o zouk foi a que melhor se encaixou, tornando-se, a preferida para se dançar a lambada(zouk Brasileiro).
O fato de se passar a dançar em músicas com um andamento mais lento, com mais tempo e pausas que praticamente não existiam na música lambada, permitiu explorar ao máximo a sensualidade, plasticidade e beleza da nossa criação. Os movimentos ficaram mais suaves e fluidos, modificando-se à medida que a dança foi incorporando e trocando com outras modalidades, a relação interpessoal voltou a ganhar valor e as acrobacias ficaram praticamente exclusivas para os palcos. Contribuíram ainda diversas pesquisas, até fora da dança de salão, como por exemplo, as de contato e improvisação.
A casa noturna Ilha dos Pescadores (Barra da Tijuca – Rio de Janeiro), comandada por Tio Pio e norteada pelo lema: enquanto um lambadeiro existir, a lambada jamais morrerá, manteve por quase todo o tempo que a lambada esteve fora da moda os domingos direcionados para essa dança, e é nesse ambiente de resistência que se consolida a transição da lambada de Porto Seguro para a lambada carioca.
Hoje, no início do séc XXI, temos o estilo de Porto Seguro (geralmente chamado de lambada) que preferencialmente usa as músicas mais rápidas (lambadas, zouks, músicas árabes...), muita energia, giros múltiplos da dama, muita oscilação dos ombros e dando a ênfase do movimento nos tempos pares da música*1 ou intercalando nos pares e ímpares e o estilo carioca (chamado muitas vezes de lambazouk, lambada zouk, zouk, zouk love, zouk brasileiro, zouk carioca e outros muitos nomes) que normalmente usa músicas lentas como o zouk love e a kizomba (love), é mais sensual, com muitas espirais, torções de tronco, contato e tem a ênfase do movimento nos tempos ímpares*1. Constato ainda grande mistura entre os dois estilos e alguns subestilos.

No Brasil, utiliza-se o ritmo Zouk para dançar uma dança 100% brasileira. Ela é oriunda da lambada, porém, com movimentos mais adaptados ao andamento da música. A lambada era muito rápida e Frenética, praticamente impossibilitando muitos passos que existem hoje.
O zouk tem hoje vários estilos: estilo "FLOWcriado pelo DJ e prof. Arkan´jo, "NEOZOUK" criado pelo DJ e prof. Mafie Zouker, estilo SOULZOUK criado pelo professor China, Cabo love (Proveniente de Cabo Verde) e que tem uma caboverdiana Suzanna Lubrano como diva do estilo; o Zouk r'n'b, que mistura o hip hop, explorado pelo grupo cubano Orishas e pelo brasileiro D'Black, e o Reggaeton, que explode nos Estados Unidos e tem uma batida mais acelerada. Zouk love! (dos anos 80 e 90).
Os principais pólos do zouk carioca, além do Rio, são: Belo Horizonte, Brasília, Amsterdã, Barcelona, Palma de Mallorca, Brisbane, Sidney, Zurique.
A lambada no estilo de Porto Seguro resiste em locais como São Paulo, Porto Seguro, Arraial D'Ajuda, Londres, Buenos AiresA dança zouk está em muitos lugares como França, Inglaterra, São Tomé e Príncipe ...
A dança Kizomba, parecida com a dança zouk é febre em Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal.

Você sabe o que é Passada”?  “Tarraxinha”?  e “Quadrinha”?
Não! Então conheça a Kizomba que nós aqui no Brasil usamos para dançar zouk brasileiro.

Reconhecimento
A cada dia, mais brasileiros e estrangeiros dão o devido reconhecimento e valor à nossa cultura. A dança lambada vem se mostrando um grande incremento profissional, ano após ano registramos mais eventos pelo mundo, que têm essa dança como destaque - concursos, encontros, palestras*2 e congressos como o Br Danças no Rio de Janeiro, o de Barcelona, o de São Paulo, Minas Gerais e o de Porto Seguro.
Encontramos bailes especializados e professores em diversos estados e nos mais variados pontos do planeta e ainda que chamem equivocadamente a dança lambada de zouk, muitos viveram e vivem dela. Interessante também citar que muitos professores vêm se reunindo para criar formas de divulgações em comum.
De toda essa história ficaram ótimos frutos, por exemplo: uma boa parte dos talentos da dança de salão de hoje, surgiu a partir da lambada; a apresentação da dança a dois aos mais jovens; a visibilidade internacional conquistada - a lambada é a nossa dança
de par mais conhecida no exterior (mais até que o samba) e principalmente o resgate do direito, perdido a décadas, de dançar abraçado.

Luís Florião – Professor e pesquisador especializado em danças
brasileiras e idealizador do Movimento Lambada Brasil


Artistas de 80-90Artistas da Nova Geração
  • Alex Catherine
  • Annick et Jean-Claude
  • César Durcin
  • Christiane Obydol
  • Christiane Valejo
  • David et Corinne
  • Dissonância
  • Dominique Zorobabel
  • Edith Lefel
  • Eric Brouta
  • Eric Virgal
  • Expérience 7
  • Fabrice Servier
  • Francky Vincent
  • Frédéric Caracas
  • Georges Decimus
  • Guy Houllier
  • Pierre-Edouard Decimus
  • Gilles Floro
  • Harry Diboula
  • Jacob Desvarieux
  • Jacques d'Arbaud
  • Jean-Claude Naimro
  • Jean Michel Rotin
  • Jim Rama
  • JM Harmony
  • Jocelyn Deloumeaux
  • Jocelyne Béroard
  • Jocelyne Labylle
  • Joëlle Ursull
  • Karapat
  • Kassav
  • Klod Fostin
  • Kwak
  • Leila Chicot
  • Luc Léandry
  • Pascal Lanclume
  • Vallot Pascal
  • Patrick Andrey
  • Patrick Benoît
  • Patrick Saint-Eloi
  • Phil Control
  • Richard Birman
  • Ronald Rubinel
  • Sonia Dersion
  • Tanya St-Val
  • Tatiana Miath
  • Taxi Kréyol
  • Victor Delver
  • Yves Honoré
  • Zouk Machine
  • Alan Cavé
  • Ali Angel
  • Bamboolaz
  • Banda Aixa
  • Bruno Bias
  • Chris William
  • Christian Nara
  • Cyrielle
  • Darius Denon
  • Elizio
  • Goldee
  • Hervé Dachard
  • Jamice
  • Jean-Marie Ragald
  • Jimmy Devarieux
  • Kaysha
  • Kenedy
  • Kimberlite Zouk
  • Mafie Zouker
  • Marvin
  • Medhy Custos
  • Michael
  • Naïma
  • Nichols
  • Peggy Bajal
  • Perle Lama
  • Princess Lover
  • Shaina
  • Slaï
  • Soumia
  • Steeve Pierre-Louis
  • TC
  • Teeyah
  • Thierry Cham
  • Talina
  • Tina
  • Twendy Pastel
  • Virginie Lollia
  • V-ro
  • Warren
  • e outros
Fonte: Wikipédia


Com os remix's, OS DJ's contribuem muito para manter o zouk vivo.

Vídeo produzido por Israel Szerman, DJ e grande incentivador do Zouk em Brasília.



3 comentários:

  1. Show de bola... Informações preciosas e raras de se encontra...
    Adorei !!! Vou divulgar o blog!

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  2. Olá, sou estudante de graduação em educação física, gostei muito do conteúdo e gostaria de usar algumas informações para o meu trabalho de conclusão de curso. Precisaria confirmar se o texto é de autoria de Luís Florião e quando foi feita essa postagem.
    Muito obrigada!

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